segunda-feira, 21 de junho de 2010

Preço de imóvel não para de subir em SP e mercado vê mais altas nos próximos anos

Entre comprar agora ou esperar eventual queda dos preços, maioria dos especialistas não tem dúvida: recomenda a primeira opção. Quem está procurando imóvel para comprar em São Paulo sabe que os valores estão amargos. A dúvida é: esperar os preços baixarem ou comprar antes que subam mais? Especialistas são unânimes na recomendação da compra imediata e alertam que quem esperar poderá pagar valores ainda mais altos.
Os "culpados" pelo avanço nos preços são a falta de grandes terrenos disponíveis - até as regiões que antes eram menosprezadas estão valorizadas - e a forte demanda da população, que está com salários mais altos e tem crédito cada vez mais fácil. Para se ter uma ideia do tamanho dessa demanda, de janeiro a março, foram vendidos, só na cidade de São Paulo, 8.461 imóveis novos, além de outros 4.676 usados. Trata-se de um crescimento de cerca de 2% sobre o trimestre anterior. E as projeções do setor para as vendas são tão elevadas quanto os números obtidos no período passado. "Por pelo menos mais cinco anos, a demanda vai continuar nesse ritmo e, pelo mesmo período, o preço dos imóveis continuará no embalo de forte alta", afirma Denise Labate Vasconcellos, professora do Mackenzie e especialista em mercado imobiliário. Apesar dos preços elevados, especialistas salientam que nunca antes na história do País o crédito imobiliário esteve tão acessível à população. "Então, é preciso aproveitar também essa situação, caso não se tenha o valor necessário para efetuar a compra à vista", comenta Silvio Paixão, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). A Caixa é, com larga folga, a líder na concessão de crédito imobiliário, com mais de 90% do total de financiamentos fechados nos últimos 12 meses, segundo dados do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP). Por meio de comunicado, o banco estatal informa que foram "ampliados prazos para até 30 anos, cotas de financiamento de até 90% (do valor do imóvel) e, em alguns casos, até 100%". "Portanto, sob a ótica do financiamento imobiliário, o momento é favorável à aquisição de imóvel. No entanto, considerando que o mercado está bastante aquecido tanto pelo lado da oferta quanto do lado da demanda, é recomendável que o comprador pesquise o universo de imóveis em oferta", diz a Caixa. Usados ou novos. Para o presidente do Creci-SP, Augusto Viana, os imóveis usados podem ser melhor negócio para quem procura preços mais baixos e imóveis com metragem maior. "Nos usados, é possível negociar o preço, nos novos, não", diz. "Além disso, os antigos são bem mais espaçosos que os novos", emenda. João Cristana, presidente do Secovi, no entanto, lembra que, normalmente, os usados exigem algum tipo de reforma. "Tem de incluir esse custo no planejamento." Ricardo José de Almeida, professor do Insper (ex-Ibmec SP), completa dizendo que, geralmente, os novos atendem mais "os desejos dos compradores". "As estruturas são mais inovadoras e os novos têm áreas externas bem elaboradas", diz. O professor do Insper recomenda também boa pesquisa entre os imóveis. "No lançamento do empreendimento é muito mais barato", reforça. Isso quer dizer que, quem chegar primeiro, pagará menos. "Por isso, é preciso ficar bem atento aos movimentos do mercado." Em março, segundo a Embraesp, foram lançadas 3.959 moradias em São Paulo, 140% a mais do que em fevereiro. Os imóveis de três dormitórios lideram as vendas das novas moradias. Nos usados, os imóveis acima de R$ 200 mil foram os líderes nas vendas do mês de março, independentemente do número de quartos, com 55,06% do total comercializado. Ainda de acordo com a Embraesp, o preço do metro quadrado dos imóveis de dois dormitórios subiu 42,89% no primeiro quadrimestre deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo o Secovi, os bairros mais saturados, que terão cada vez menos ofertas, são Itaim, Pinheiros, Perdizes e Tatuapé. De outro lado, Morumbi, Penha e Itaquera são apontadas como as regiões que devem ter cada vez mais novos lançamentos e com preços um pouco mais baixos.

FONTE: O Estado de S.Paulo / Vida imobiliária

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