O Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) sugeriu ao Ministério das Cidades a inclusão de imóveis usados no programa de habitação do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O estudo preparado pelo Conselho Federal visa tornar o programa mais dinâmico e eficiente no país. O projeto está sendo discutido com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) e, em seguida, será encaminhando a Caixa Econômica Federal. Segundo o tesoureiro do Cofeci, Armando Cavalcante o Conselho defende a inclusão de unidades já prontas no MCVC por entender que no Brasil existe um número expressivo de imóveis usados que poderiam ser comercializados no programa de habitação. “A iniciativa visa atender as necessidade do Minha Casa, Minha Vida e não vemos prejuízo para ninguém com essa medida”, comentou. Além disso, ele ressaltou que a inclusão de imóveis usados é uma saída para o programa no Ceará, já que o desenvolvimento do mesmo anda lento. “Queremos com isso impulsionar a recuperação do Estado no programa e sair da incômoda posição que ocupamos atualmente. Além de colaborar com o objetivo geral do programa que é sanar o déficit habitacional”, destacou. RESISTÊNCIACavalcante explicou que ainda que há resistência muito forte a essa ideia por parte do setor da construção civil que teme o risco de prejuízos. No entanto, ele argumentou que as pessoas que vendem imóveis usados geralmente fazem para comprar um novo empreendimento o que garante no caso, a dinâmica do mercado. “A demanda é grande e o movimento no mercado é constante. Com isso, são assegurados recursos para todos e não teremos prejuízos”, completou. O tesoureiro disse ainda que a inserção de imóveis usados no programa é benéfica. Segundo Cavalcante, esses bens além de movimentar outros negócios, tem vantagens paralelas como a movimentação cartorial de alguns empreendimentos que hoje “estão a margem” do mercado e com isso podem entrar novamente no ciclo de negociações. Para os corretores, explicou Cavalcante, a vantagem é que se configura um universo a mais para vendas. “A negociação de empreendimentos usados é bem característica nossa [corretores]. Trabalhamos muito mais com imóveis usados do que com os novos. E ainda, a oferta de imóveis prontos é muito grande e atenderia uma boa parte da população”, argumentou. CONSTRUÇÃO CIVILO vice-presidente do Sindicato da Indústria e da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, ponderou que deve ser feita uma avaliação sobre os benefícios dessa interferência. Para ele, do ponto de vista da geração de empregos a ideia da inclusão de imóveis usados não é eficiente. “Temos que avaliar as implicações dessa proposta. Porque o primeiro objetivo do programa é sanar o déficit habitacional do país através da disponibilização de moradias e incentivos para essas negociações. E o segundo é a geração de emprego. Com a inclusão de imóveis prontos a segunda premissa fica comprometida”, contrapôs. De acordo com Montenegro, a cadeia produtiva da construção civil é muito grande e pode ser afetada com essa medida. Ele destacou que a área é movimentada com a construção de novos imóveis. “Os imóveis novos é que dão de fato retorno maior ao setor da construção civil”, afirmou. Entretanto, o vice-presidente comentou que quanto maior o número de imóveis a disposição do MCMV e consequentemente a disposição da população, melhor para o país. “O que temos é que avaliar de fato essa sugestão. Temos que nos basear em estudos e discutir. Contudo, queremos que o programa aconteça e para isso vamos buscar as melhores soluções”, pontuou. Representantes do Cofeci discutirão essa semana a proposta com o presidente da CBIC, Paulo Safady. Em seguida, o estudo será encaminhado a Caixa Econômica Federal e a Presidência da República.
FONTE: Jornal "O Estado Imóvel"
FONTE: Jornal "O Estado Imóvel"
Nenhum comentário:
Postar um comentário