O megainvestidor imobiliário americano Sam Zell está de olho no Rio. A Bracor, seu braço brasileiro de investimentos no mercado corporativo - galpões, centros de distribuição e prédios de escritório, alugados para empresas -, tem R$1 bilhão para investir no país, sendo R$400 milhões só no estado fluminense O Rio não é exatamente uma novidade para a empresa, hoje líder na chamada "terceirização imobiliária" no Brasil e que já investiu R$700 milhões nos últimos três anos no estado.
Com atuação normalmente discreta, é do grupo, por exemplo, o edifício ocupado pela Universidade Petrobras na Cidade Nova, o primeiro empreendimento para empresas ecossustentável do Rio. Também pertencem a Bracor o centro de distribuição da rede Ponto Frio, o Parque Logístico da Pavuna, o condomínio logístico Brapark no Irajá, além dos novos centros da Hermes, em Campo Grande, e da Procter & Gamble, em Itatiaia, ambos em construção. A novidade é que o Rio pode se tornar o principal foco da Bracor pelo menos este ano, diz Carlos Betancourt, presidente da empresa, com sede em São Paulo, mas em vias de abrir escritório no Rio. Além disso, está para anunciar em breve no estado um empreendimento "misto de logística e escritórios, um negócio novo". Sempre tivemos interesse no Rio, bem antes de se falar em Copa e Olimpíadas. Temos R$1 bilhão para investir no país todo em 2010, e o Rio poderá ser líder em receber esses investimentos, com R$400 milhões. Vamos investir também em Manaus, Campinas e no Sul do país. Betancourt é filho de empresários da construção civil cubanos que fugiram da revolução em 1959 e montaram a primeira empresa de concreto misturado do país, a Concretex - que foi durante anos a maior empresa do setor na América Latina. Pode-se dizer, portanto, que tem "concreto nas veias". É presidente da Bracor desde a sua criação, em 2006, com o bilionário Samuel Zell, ou apenas Sam Zell, sócio majoritário da empresa, de capital fechado. No Brasil, Sam Zell tem ainda - por meio do seu veículo de investimentos fora dos Estados Unidos, o fundo Equity International, dono da própria Bracor - participações na Gafisa, do setor residencial, na BR Malls, dona de shoppings como o Norte Shopping e o São Conrado Fashion Mall, na AGV Logística e na Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), especializada em operações no mercado financeiro para o setor imobiliário. Os outros sócios da Bracor são o braço de investimentos imobiliários do banco de investimentos Morgan Stanley, o grupo segurador americano Berkley, a família Olayan, da Arábia Saudita, e a família real de Abu Dhabi. A companhia tem 41 imóveis no Brasil, mais de R$2 bilhões já investidos em propriedades industriais e faturamento anual de R$230 milhões por meio de aluguéis para empresas. Muitas vezes, esses imóveis alugados são vendidos à Bracor pelas próprias companhias que, posteriormente, viram suas inquilinas. Hoje, as aquisições são financiadas principalmente por certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), espécie de título que é vendido no mercado financeiro tendo como lastro a receita que o imóvel irá gerar com base no aluguel. Mas a abertura de capital, por meio de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que pode servir para captação de recursos, é uma possibilidade, à semelhança do que já fizeram Gafisa e BR Malls, ambas em parceria com o grupo GP Investimentos. - Não seria no curto prazo, pelo menos não no próximo ano. Se acharmos que é uma boa oportunidade, podemos abrir capital, está super no nosso horizonte - diz Betancourt. Agora, o Equity International, de Zell, quer investir em imóveis hospitalares e de "infraestrutura não tradicional", contou por e-mail, sem dar detalhes, o diretor executivo de estratégia da Equity International, Thomas McDonald, já que Sam Zell estava em viagem, em busca de novos negócios pelo mundo. McDonald disse ainda que deverão se reunir com autoridades para falar de Copa e Olimpíadas, e espera que os braços de moradia, varejo e logística do grupo sejam beneficiados pelos eventos. Um dos melhores ambientes hoje é o Brasil. Começamos a viajar para o país em 2000, cinco anos antes do nosso primeiro investimento. Em 2005, víamos o país da mesma forma que enxergamos o México dez anos antes. Hoje, com o Brasil, sentimos que existe uma oportunidade ainda maior (do que o México) - disse McDonald.
FONTE: O Glôbo.
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