Anúncio da segunda edição do Minha Casa, Minha Vida reverte cenário e derruba ações de constrututoras. As ações das empresas imobiliárias, que vinham registrando um bom resultado, sofreram queda nos dois dias que se seguiram ao anúncio do programa Minha Casa, Minha Vida 2. Ontem, a PDG Realty e a MRV foram as que mais perderam: as ações caíram 4,24% e 4,92%, respectivamente. Para analistas, a falta de novidades e detalhes sobre as medidas pode ter desagradado ao mercado.
"É um programa benéfico para as empresas, mas o impacto dele já foi precificado no ano passado. Como não há benefícios extras tivemos um movimento de queda", explicou Flávio Conde, da Gradual Investimentos. O anúncio de que 60% dos 2 milhões de imóveis deverão beneficiar famílias com até três salários mínimos também pode ter influenciado. No primeiro programa, esse porcentual era de 40%. "As grandes empresas do setor não estão com foco na baixa renda", disse Armando Halfeld, da corretora Ativa. "O Minha Casa, Minha Vida 2 nem precisava ser anunciado. O primeiro que previa o lançamento de 1 milhão de unidades, só tem 30% contratado", afirma José Grabowsky, presidente da PDG Realty. Para o secretário da Habitação de São Paulo, Lair Alberto Soares Krähenbühl, o desconhecimento dos detalhes do programa gerou insegurança no mercado. Para ele, pontos cruciais do projeto não foram esclarecidos como o teto para imóveis de regiões metropolitanas. "São informações fundamentais para a tomada de decisão das empresas." Segundo o secretário, os recursos para a segunda fase do Minha Casa, Minha Vida demorarão a ser liberados. "Com isso, vai demorar para contratar as obras", avalia. "Esta casa está com muito chão e pouco teto."
FONTE: O Estado de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário