As taxas cobradas dos trabalhadores que usam o FGTS para comprar imóvel à vista vão ficar menores dentro de 60 dias. Hoje, o pacote de tarifas pagas aos agentes financeiros, por orientação aos trabalhadores em conferência de documentos, consulta de habilitação ao saque, contratos de compra e venda, entre outros - chega a R$ 3 mil, dependendo do relacionamento do cliente com o banco.
Mas o Conselho Curador do FGTS aprovou ontem voto da Caixa Econômica Federal que derruba esses custos para o teto de R$ 800, no caso das compras de imóveis considerados populares (até R$ 130 mil) e de R$ 1.600 para imóveis entre R$ 130 mil e R$ 500 mil. Em muitos casos, o pagamento dessas taxas de intermediação pode inviabilizar o uso dos recursos do FGTS. É o caso de um trabalhador que tenha apenas R$ 3 mil depositados na conta, por exemplo, e tenha que pagar R$ 1 mil, ou seja, 30% do total aplicado, por todas as análises e documentos. Nesses casos, os especialistas vinham aconselhando as pessoas a deixarem os recursos no Fundo para usar em uma outra oportunidade. A medida deve aumentar o potencial de compradores de imóveis com recursos do FGTS à vista, porque esses custos inibiam várias operações, por pesarem no bolso do trabalhador, disse o vice-presidente de Fundos de Governos e Loterias, Wellington Moreira Franco. Levantamento mostrou que tarifas poderiam ser menores Para promover a redução, foram retirados alguns serviços do pacote tradicional. Na faixa popular, por exemplo, a obrigatoriedade de avaliação de um engenheiro para chegar à comprovação do preço do imóvel já não será mais necessária. A comprovação do valor poderá se dar com a apresentação do IPTU ou declaração da prefeitura de que o imóvel está em área social. O comprador também deverá apresentar uma declaração de que fará uso residencial do local. A exigência da avaliação do engenheiro continua sendo obrigatória para a aquisição com recursos do FGTS à vista de imóveis entre R$ 130 mil e R$ 500 mil. Segundo Moreira Franco, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que também participa do voto, fez um levantamento das tarifas cobradas das instituições financeiras e constatou que o sistema pode cobrar esses valores mais baixos. A discussão sobre os custos para a compra de imóveis com dinheiro do FGTS não é nova. Mas ninguém queria fixar uma tarifa a ser cobrada das instituições financeiras. O Banco Central (BC) também evitou se envolver. O Conselho Curador resolveu enfrentar a questão. E a Caixa apresentou o voto, disse Franco.
FONTE: O Globo.
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