A Gafisa deve emitir R$ 600 milhões em debêntures que serão compradas pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A proposta será analisada em uma assembleia de acionistas marcada para 16 de novembro, quando também será definida a remuneração dos títulos. Se a emissão for aprovada, os recursos chegarão à Gafisa poucos meses depois de a incorporadora desistir de realizar uma oferta primária de ações diante da fraca demanda pelos papéis.
Em julho, os investidores queriam aplicar um desconto à ação por alguns motivos: endividamento elevado, falta de experiência no segmento econômico - no qual analistas enxergam maior potencial de crescimento - e problemas anteriores de relacionamento com acionistas, principalmente quando assumiu o controle da Tenda em 2008 sem fazer uma oferta de compra dos papéis dos minoritários. Se a emissão para o FGTS for aprovada em assembleia, a Gafisa terá conseguido captar o volume de recursos que pretendia com a oferta em bolsa, entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. A remuneração dos papéis ainda não está definida, mas o FGTS tem exigido em operações semelhantes a taxa referencial (TR) mais uma taxa nominal de juros entre 7% e 9%. Depois da tentativa frustrada de captar recursos em bolsa, a Gafisa adotou novas medidas com o objetivo final de engordar seu caixa. Em junho, a Gafisa - já contabilizando os números da Tenda - tinha R$ 2,2 bilhões de dívida para R$ 1 bilhão de caixa. Ainda em julho, por exemplo, concluiu uma renegociação das garantias - as chamadas "covenants" - que tinha com os debenturistas da 4ª emissão e que haviam sido ultrapassadas pela empresa. Foi excluída, por exemplo, a cláusula que impunha um limite máximo de endividamento, que estava fixado em R$ 1 bilhão. A contabilização da dívida também foi alterada. Projetos financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foram excluídos. Depois do acordo com os detentores dos papéis, a Gafisa anunciou a emissão de R$ 250 milhões em debêntures para usar no capital de giro. Os títulos têm vencimento em dois anos, sendo que uma série pagará CDI mais spread de 2% ao ano, e a segunda, CDI mais 3,25% ao ano. A empresa também anunciou na semana retrasada a incorporação da Tenda, o que deve melhorar seu balanço. A Gafisa precisa de recursos para, passada a crise econômica, acelerar o ritmo de lançamento. Do primeiro semestre de 2008 para o mesmo intervalo de 2009, o número de lançamento caiu 71%, para R$ 787 milhões. As vendas, por outro lado, caíram menos, 3%, o que fez o estoque encolher. Segundo o Valor apurou, para algumas praças que sempre foram importantes para a Gafisa, como o Rio de Janeiro, não há previsão de lançamento até o fim do ano. Além disso, na incorporação da Tenda, caso os acionistas não aceitem as condições de troca propostas pela Gafisa, ela precisará fazer desembolsos. Procurada, a empresa informou que não se manifestaria por estar em período de silêncio. Hoje a Gafisa divulga o resultados do terceiro trimestre. (Valor)
FONTE: Revista Vida Imobiliária
Em julho, os investidores queriam aplicar um desconto à ação por alguns motivos: endividamento elevado, falta de experiência no segmento econômico - no qual analistas enxergam maior potencial de crescimento - e problemas anteriores de relacionamento com acionistas, principalmente quando assumiu o controle da Tenda em 2008 sem fazer uma oferta de compra dos papéis dos minoritários. Se a emissão para o FGTS for aprovada em assembleia, a Gafisa terá conseguido captar o volume de recursos que pretendia com a oferta em bolsa, entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. A remuneração dos papéis ainda não está definida, mas o FGTS tem exigido em operações semelhantes a taxa referencial (TR) mais uma taxa nominal de juros entre 7% e 9%. Depois da tentativa frustrada de captar recursos em bolsa, a Gafisa adotou novas medidas com o objetivo final de engordar seu caixa. Em junho, a Gafisa - já contabilizando os números da Tenda - tinha R$ 2,2 bilhões de dívida para R$ 1 bilhão de caixa. Ainda em julho, por exemplo, concluiu uma renegociação das garantias - as chamadas "covenants" - que tinha com os debenturistas da 4ª emissão e que haviam sido ultrapassadas pela empresa. Foi excluída, por exemplo, a cláusula que impunha um limite máximo de endividamento, que estava fixado em R$ 1 bilhão. A contabilização da dívida também foi alterada. Projetos financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foram excluídos. Depois do acordo com os detentores dos papéis, a Gafisa anunciou a emissão de R$ 250 milhões em debêntures para usar no capital de giro. Os títulos têm vencimento em dois anos, sendo que uma série pagará CDI mais spread de 2% ao ano, e a segunda, CDI mais 3,25% ao ano. A empresa também anunciou na semana retrasada a incorporação da Tenda, o que deve melhorar seu balanço. A Gafisa precisa de recursos para, passada a crise econômica, acelerar o ritmo de lançamento. Do primeiro semestre de 2008 para o mesmo intervalo de 2009, o número de lançamento caiu 71%, para R$ 787 milhões. As vendas, por outro lado, caíram menos, 3%, o que fez o estoque encolher. Segundo o Valor apurou, para algumas praças que sempre foram importantes para a Gafisa, como o Rio de Janeiro, não há previsão de lançamento até o fim do ano. Além disso, na incorporação da Tenda, caso os acionistas não aceitem as condições de troca propostas pela Gafisa, ela precisará fazer desembolsos. Procurada, a empresa informou que não se manifestaria por estar em período de silêncio. Hoje a Gafisa divulga o resultados do terceiro trimestre. (Valor)
FONTE: Revista Vida Imobiliária
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