Encontrar a casa dos sonhos nunca foi tarefa fácil e de rápida solução, especialmente, depois da valorização contínua no preços dos imóveis das principais capitais brasileiras, nos últimos meses. A classe C, por exemplo, tem tido dificuldades para conciliar o que está disposta a pagar pela moradia e o tipo de produto que está sendo oferecido, de fato, pelo mercado imobiliário.
A incompatibilidade entre o desejável e o real tem obrigado essa camada social, em específico, a procurar residência em lugares mais afastados das capitais, mas que ainda ofereçam o mínimo de infraestrutura, além de preço que caiba no orçamento familiar. A solução tem sido as cidades das regiões metropolitanas. A constatação desse fenômeno é da Quorum Brasil, empresa especializada em pesquisa de mercado, que realizou o estudo "Classe C e os imóveis", com 600 pessoas, de faixa de renda entre R$ 1.200,00 e R$ 2.500,00, na capital paulista.
Em Fortaleza
Para o diretor responsável pelo levantamento da Quorum Brasil, Cláudio Silveira, que também conhece o setor imobiliário de Fortaleza, a realidade é muito parecida a da Capital cearense. "Tanto faz em São Paulo como em Fortaleza, onde provavelmente seja até mais intensa essa diferença do preço que a classe C está buscando para o que está em oferta", conta.
Na opinião dele, depois dos aparelhos eletrônicos, do carro e da viagem de lazer, chegou a vez desse tipo específico de consumidor se preocupar em encontrar o imóvel desejado. O aumento da procura também ajudou a valorizar o preço das moradias ofertadas no mercado imobiliário. O que já era árduo, encontrar a casa ou apartamento perfeito para morar, logo nas primeiras tentativas, ficou ainda mais raro, principalmente, para a renovada classe média. "Está cada vez mais difícil achar imóveis localizados dentro das capitais e até na sua periferia a preços que as pessoas de mais limitado poder aquisitivo querem pagar", diz Cláudio.
Cidade vizinha
Conciliar a quantia que o futuro morador está disposto a gastar com os demais critérios de escolha tem sido um desafio para a classe C. Para o diretor da Quorum Brasil, a solução tem sido as cidades mais próximas. "O comprador não se importa de morar até 40 quilômetros mais longe do trabalho, contundo que ele tenha infraestrutura necessária para morar, como água, asfalto, saneamento básico, comércio, segurança, transporte e energia", afirma.
Classe D
De acordo com informações da empresa responsável pelo estudo. Apesar dos problemas, o mercado imobiliário deverá continuar crescendo no País. Além disso, é preciso observar a disposição de compra da classe D, que, na opinião de Cláudio Silveira, será a próxima bola da vez. "O déficit habitacional brasileiro é imenso. A demanda reprimida é muito elevada. Tem muita gente com vontade de consumir, mas sem dinheiro para comprar um imóvel", conta, ressaltando que, a maior parte dos consumidores desejam quitar o imóvel e até 30 anos.
Minha Casa, Minha Vida
O levantamento identificou que 88% dos entrevistados querem financiar a compra pela Caixa Econômica Federal. Porém, 72% não sabiam que podiam utilizar o Minha Casa, Minha Vida para adquirir o imóvel.
Conforme o responsável pelo estudo, é preciso que governos municipais e estaduais façam parcerias com soluções produtivas inteligentes, de baixo custo, oriundas da iniciativa privada da construção civil, com suporte de infraestrutura e isenção de impostos para viabilizar o programa federal de habitação.
Fonte: Diario do Nordeste
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