Durante a divulgação do balanço do mercado imobiliário em 2009, o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) afirmou estar reunindo sugestões para propor ao governo a continuidade do Minha Casa, Minha Vida. Para a entidade são necessários alguns ajustes no programa para que ele consiga beneficiar as famílias mais carentes e tornar-se mais ágil na aprovação do crédito.
“Vamos reunir as propostas na próxima reunião da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que acontece essa semana em São Paulo, para apresentarmos até maio um plano concreto da segunda etapa do programa ao governo”, diz o presidente do sindicato, João Crestana.
Segundo o Crestana, embora essa primeira fase do Minha Casa, Minha Vida tenha alcançado as expectativas do mercado, ainda são necessários ajustes para melhorá-lo. Ele defende que o programa se torne uma política de Estado e não do governo Lula. Além disso, Crestana defende a desconcentração das aplicações dos recursos do fundo de garantia (FGTS) – hoje concentradas na Caixa Econômica Federal. O Secovi-SP espera que os bancos privados consigam de uma forma mais simplificada operar com os recursos do fundo na compra de imóveis.
“O programa é o primeiro passo de uma política habitacional que deve ser permanente, pelo menos até que acabe com essa quantidade de famílias (cerca de 8 milhões de pessoas) que moram precariamente”, diz Crestana.
Outro ponto que merece atenção, na opinião do Secovi-SP, é o treinamento de funcionários nas instituições financeiras. Segundo o economista-chefe do sindicato, Celso Petrucci, ainda é difícil encontrar dentro de uma agência bancária pessoas que entendam de crédito imobiliário. “Como esse crescimento do crédito no Brasil deve perdurar por muitos anos, reforçamos que os agentes financeiros devem investir no treinamento de pessoal,” diz o economista.
Crestana propõem ainda a alteração do valor limite do imóvel financiado em São Paulo. As incorporadoras afirmam que sentem dificuldade em construir imóveis de baixo valor em São Paulo, porque os terrenos têm custos mais altos em São Paulo do que na maioria dos municípios de outras regiões. No Estado, apenas 26% da meta de construção de imóveis para a população com renda entre zero e três salários mínimos foi contratada, ante 42% na média nacional.
PRIMEIRA ETAPA – No ano passado, a Caixa Econômica aprovou empréstimos para a construção de 275 mil moradias dentro do orçamento do Minha Casa, Minha Vida. A expectativa do Secovi é que os recursos para o programa se esgotem em agosto de 2010. Mas 1 milhão de moradias dificilmente estarão prontas até o fim do ano. “Há condição para contratar 1 milhão de casas no programa, mas boa parte deverá ser entregues em 2011 e 2012″, diz Crestana.
Fonte: Revista Zap.
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